Esse espaço foi criado para refletir sobre educação musical. Sua opinião é muito importante!!! Critique ... elogie ... repense ...

Educação Musical


Esse espaço foi criado para compartilhar opiniões e discussões sobre música com o desejo de encontrar pessoas que, como eu, buscam novas idéias e novos caminhos para a educação musical.
Acredito que experiências compartilhadas são de extrema riqueza para o aperfeiçoamento de cada um de nós, como pessoas e como educadores, responsáveis pela formação de outras pessoas.
A música faz parte de minha vida há muitos anos...na verdade, acho que sempre fez, desde a minha infância! De repente, quase num piscar de olhos, passei de aluna a professora...talvez nem tenha sido uma escolha...acho que fui eu a escolhida! E, a partir desse momento, tornou-se minha profissão... definitivamente!
As experiências foram muitas e muito diferentes umas das outras, o que me fez pesquisar muito, sempre. Fui modificando e construindo o meu perfil...o que tenho hoje...como educadora musical e não mais como pianista ou professora de piano.
Saí das escolas especializadas de música e mergulhei na educação, de corpo e alma!
Há 11 anos trabalho com música em escolas regulares de ensino, com crianças de educação infantil e fundamental I. Travei muitas batalhas comigo mesma para encontrar um caminho que fosse coerente com o que eu pensava sobre o ensino de música para crianças. Deixei muitas certezas de lado...tive muitas angústias...busquei de várias formas "a música" que eu gostaria de ensinar. Não encontrei uma certeza absoluta e nem conquistei definitivamente um caminho. Mas acho que me despojei de "purismos" e de crenças elitistas a respeito da linguagem musical.
Hoje trabalho com projetos e parcerias com outros profissionais da escola. Faço parte de um grupo de estudos sobre educação musical onde buscamos fundamentos para nossas teorias numa busca incessante (e, eu diria, eterna!) de enriquecer nossa formação como educadores musicais.

22:22:00
de Lucia Figueiredo
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sábado, 29 de janeiro de 2011

A MÚSICA NAS ESCOLAS ... continuando ...

Apesar de não concordar com o "ensino" de música nas escolas pelos professores não especialistas, acredito que a música não deva ser considerada como propriedade de músicos ou de educadores musicais! Aliás, a música está em toda parte, o tempo todo, inclusive nas escolas.
A questão é sobre como fazer acontecer o ensino de música nas escolas de forma interessante.
Sabemos que não existem profissionais licenciados em música em número suficiente para suprir as vagas que poderiam existir para as escolas públicas. Sabemos, também, que o professor polivalente ou o professor de educação artística não têm formação específica em música e isso pode ser um entrave para o seu ensino.
Estamos num impasse! Como fazer acontecer, então, a educação musical nas escolas, inserida no currículo escolar?

Acho que a primeira atitude que nós, educadores musicais, devemos tomar é nos unirmos para refletir sobre a situação. Mas, para isso, precisamos reunir toda a população de profissionais que atuam na área musical: bacharelados, licenciados, com formação técnica e outros tantos ...

Observo que diante dessa situação, os profissionais que possuem um diploma de licenciatura em música estão tomando a frente de uma luta que se tornou partidária e excludente. Acho que essa atitude é, no mínimo, elitista e descontextualizada.

Ora, o Brasil é um país de várias culturas e de várias camadas sociais. Existem lugares onde nem mesmo a educação básica acontece. Como exigir que apenas profissionais altamente especializados assumam a educação musical nas escolas?

Acho que não vale, nesse momento, a política do "tudo ou nada" porque todos sairemos perdendo!
Devemos lutar pela inclusão do profissional de música nas escolas, todos aqueles que têm condições de trabalhar nessa área e não apenas os poucos que possuem um diploma universitário. Onde ficariam aqueles que fizeram ótimos cursos técnicos e que já atuam na área há muitos anos? Estaríamos invalidando cursos e escolas importantes, responsáveis pela formação de muitos músicos e professores de música em nosso país!

Acredito na luta pela educação musical, mas uma luta sobretudo humana onde a discriminação não tenha lugar. Acredito que, unidos, podemos conseguir reverter a situação porque, certamente, os profissionais de educação artística e os professores polivalentes devem estar em uma situação muito difícil e precisando de ajuda!


A música já está na escola e sempre esteve! A luta é pela educação musical de qualidade, que tenha como meta principal as vivências musicais!

sábado, 15 de janeiro de 2011

AS PROPRIEDADES DO SOM ... POR QUE PREOCUPAR-SE TANTO COM ELAS?

Ainda é muito difundida a idéia de que o trabalho de musicalização com crianças de educação infantil tem que ser apoiado nas propriedades do som. Encontramos esse conteúdo citado em programas de escolas especializadas em música e em escolas regulares e são muitos os educadores que ainda “treinam” os seus alunos acreditando que estão desenvolvendo neles habilidades muito importantes.
Musicalizar é proporcionar o contato com a linguagem musical de forma ampla, despertando a sensibilidade e a consciência para a existência de um universo sonoro rico e interessante. Musicalizando auxiliamos a criança na construção de seu conhecimento musical.
Em qualquer trabalho musical está implícito o trabalho com as propriedades do som já que são suas características inerentes e, portanto, inseparáveis do som. Não existe som que não tenha qualidades e não existem as qualidades separadas do som.
Quando escolhemos apresentar o universo sonoro-musical para as crianças, precisamos refletir sobre a imensa responsabilidade que temos em nosso trabalho. O início de qualquer coisa determina, muitas vezes, o caminho a seguir, ou seja, gostar ou não de música está ligado, muitas vezes, à forma como elas – a música e a criança – foram apresentadas. Se, ao apresentarmos a música à criança, tivermos em mente que isso tem que ser muito bom, ou seja, que as experiências precisam ser gratificantes, certamente estaremos no caminho certo. Mas só isso ainda não basta: temos que pensar também que as experiências têm que ser significativas, ou seja, elas precisam fazer sentido para a criança.
Quando penso em um trabalho de musicalização, penso em exploração sonora, pesquisas, criações, invenções, brincadeiras, canções ... entre outras tantas manifestações que a música nos oferece. Por que definir e classificar se ainda precisamos explorar? Por que limitar se podemos expandir? Por que especializar se podemos nos aventurar em um mundo tão rico de possibilidades?
Acho que as propriedades do som são menos importantes do que a pompa que o próprio nome nos traz. Parece que na ânsia de provar que temos coisas sérias a ensinar para as crianças, escolhemos assuntos técnicos demais. Ao explorar, interpretar, criar e apreciar estaremos, com certeza, nos deparando com o timbre, com a altura, com a intensidade e com a duração do som e, se isso acontecer dentro de um contexto, podemos apontá-las, por que não? Mas, se ficarmos presos a treinar os ouvidos para perceber se o som é grave ou agudo, se é forte ou fraco, se é longo ou curto empobreceremos muito o nosso trabalho.

Como diz Rubem Alves, tão sabiamente:
“Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes.”

Assim também deve ser com as propriedades do som! Primeiro é preciso ouvir, cantar, dançar, tocar, explorar, brincar com a música. Para as crianças devemos apresentar a música em sua simplicidade para depois, com o tempo, sentirem-se à vontade para saber mais!
Se conseguirmos despertar em nossos alunos a vontade de apreciar música, mesmo que não se tornem músicos, teremos feito um ótimo trabalho! Se as crianças conhecerem repertórios interessantes e variados, se gostarem de cantar, de brincar de roda, de dançar com os amigos, se tiverem interesse pelas tantas músicas que nos rodeiam durante toda a nossa vida, certamente serão amantes da música e certamente terão levado consigo uma sementinha que alguém plantou, lá na educação infantil quando, pela primeira vez, foram apresentados formalmente à linguagem musical. Formalmente porque antes, muito antes, já haviam sido acalentados com canções de ninar, já haviam brincado de serra serra no colo do pai ou da avó, já haviam se interessado por algum objeto que se parecesse com um tambor e, batucando, descoberto que podiam fazer um som e que isso era muito bom!

RECO-RECOS DE BAMBU

RECO-RECOS DE BAMBU

CHOCALHOS DE CABAÇAS

CHOCALHOS DE CABAÇAS

TAMBORES

TAMBORES