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Educação Musical


Esse espaço foi criado para compartilhar opiniões e discussões sobre música com o desejo de encontrar pessoas que, como eu, buscam novas idéias e novos caminhos para a educação musical.
Acredito que experiências compartilhadas são de extrema riqueza para o aperfeiçoamento de cada um de nós, como pessoas e como educadores, responsáveis pela formação de outras pessoas.
A música faz parte de minha vida há muitos anos...na verdade, acho que sempre fez, desde a minha infância! De repente, quase num piscar de olhos, passei de aluna a professora...talvez nem tenha sido uma escolha...acho que fui eu a escolhida! E, a partir desse momento, tornou-se minha profissão... definitivamente!
As experiências foram muitas e muito diferentes umas das outras, o que me fez pesquisar muito, sempre. Fui modificando e construindo o meu perfil...o que tenho hoje...como educadora musical e não mais como pianista ou professora de piano.
Saí das escolas especializadas de música e mergulhei na educação, de corpo e alma!
Há 11 anos trabalho com música em escolas regulares de ensino, com crianças de educação infantil e fundamental I. Travei muitas batalhas comigo mesma para encontrar um caminho que fosse coerente com o que eu pensava sobre o ensino de música para crianças. Deixei muitas certezas de lado...tive muitas angústias...busquei de várias formas "a música" que eu gostaria de ensinar. Não encontrei uma certeza absoluta e nem conquistei definitivamente um caminho. Mas acho que me despojei de "purismos" e de crenças elitistas a respeito da linguagem musical.
Hoje trabalho com projetos e parcerias com outros profissionais da escola. Faço parte de um grupo de estudos sobre educação musical onde buscamos fundamentos para nossas teorias numa busca incessante (e, eu diria, eterna!) de enriquecer nossa formação como educadores musicais.

22:22:00
de Lucia Figueiredo
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sábado, 17 de julho de 2021

DO VIRTUAL AO PRESENCIAL

 A pandemia nos pegou mesmo de calças curtas! Ano passado, as aulas de música aconteciam por vídeo e, aos poucos, fomos trocando os vídeos por aulas online. O desafio foi grande quando me deparei com várias questões relacionadas às plataformas que dificultavam o trabalho musical. Cantar em uníssono, tocar juntos.... nada disso era possível diante do delay existente nas plataformas.  Sem contar com dificuldades na conexão, atrasos na execução de vídeos, entre outros problemas que não vou tratar aqui. Enfim, estava diante de um desafio imensurável! 

Meus alunos dos 3os. anos estudaram um pouco sobre Luiz Gonzaga e o baião. Usamos materiais diversos na falta de instrumentos musicais como baldes, colheres de pau, copos plásticos, potes plásticos, latas... enfim, improvisamos bastante! E foi aí que resolvi construir com as crianças um pot pourri de baião, escolhendo 3 músicas (Asa Branca, Baião e Mulé Rendêra) para compor esse arranjo. Depois de apreciadas as canções, apreciamos também vídeos sobre as rendeiras do nordeste e seu trabalho como artesãs, definimos as partes das músicas que iríamos usar em nosso pot pourri.  O arranjo não foi oferecido pronto, mas sim como uma construção que elaboramos juntos, assistindo vídeos, conhecendo instrumentos típicos do baião (zabumba, triângulo, sanfona, agogô) tocados por músicos em vídeos do youtube. Aprendemos alguns ritmos básicos para a zabumba e o agogô, exploramos sons do corpo, sons dos materiais escolhidos e partimos para a produção de nossa música.  Com um balde e duas colheres de pau, sendo uma delas customizada com algodão e tecido para criar uma baqueta diferente, fizemos a base do ritmo do baião. Assim também fizemos com o ritmo no agogô, representado por dois copos plásticos, tocados no mesmo ritmo da zabumba e montamos, aos poucos, o nosso pot pourri. O registro foi muito importante nessa construção coletiva, para a compreensão e memorização do texto e do ritmo. Propus, então,  que registrássemos esse ritmo usando sílabas (cada um escolheu duas) e, depois, optamos pelas sílabas TA e TUM, de forma coletiva. Assim, cada um pôde experimentar o seu próprio registro e compartilhamos as descobertas e criações, validando e combinando uma única forma para que todos pudessem "ler" e executar.  O solo do piano seria executado pelos xilofones mas, virtualmente, isso não foi possível... então foi executado por mim. Ficou assim:


Tocamos, algumas vezes, cada um com seus "instrumentos", microfone desligado, da forma como pudemos fazer online. Pequenos solos, muitas vezes um pouco tímidos, mas todos querendo partcipar e produzir o seu baião. Esse estudo durou 3 meses e tudo foi feito no tempo certo, sem pressa, para que cada criança pudesse realmente produzir o seu ritmo e o seu registro de forma significativa. No início de junho voltamos para a escola, de forma presencial e, em nosso primeiro encontro, sugeri que tocássemos todos juntos, pela primeira vez. As crianças apresentaram o pot pourri inteiro, completamente compreendido, tanto o canto quanto o acompanhamento instrumental! Viva! Nosso pot pourri nasceu presencialmente naquele momento e foi uma alegria imensa assistir ao resultado de nosso esforço, de nosso trabalho! Ficamos orgulhosos do que produzimos! As crianças quiseram tocar várias vezes,  numa comemoração ao reencontro com os colegas, com a interpretação coletiva, com a alegria de tocar e cantar juntos de novo! Valeu a pena.... valeu muito a pena! Nós nos superamos, nós nos unimos para produzir juntos, porém cada um em sua casa! Nós aceitamos o desafio e conquistamos esse aprendizado que ficará para sempre! 



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