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Educação Musical


Esse espaço foi criado para compartilhar opiniões e discussões sobre música com o desejo de encontrar pessoas que, como eu, buscam novas idéias e novos caminhos para a educação musical.
Acredito que experiências compartilhadas são de extrema riqueza para o aperfeiçoamento de cada um de nós, como pessoas e como educadores, responsáveis pela formação de outras pessoas.
A música faz parte de minha vida há muitos anos...na verdade, acho que sempre fez, desde a minha infância! De repente, quase num piscar de olhos, passei de aluna a professora...talvez nem tenha sido uma escolha...acho que fui eu a escolhida! E, a partir desse momento, tornou-se minha profissão... definitivamente!
As experiências foram muitas e muito diferentes umas das outras, o que me fez pesquisar muito, sempre. Fui modificando e construindo o meu perfil...o que tenho hoje...como educadora musical e não mais como pianista ou professora de piano.
Saí das escolas especializadas de música e mergulhei na educação, de corpo e alma!
Há 11 anos trabalho com música em escolas regulares de ensino, com crianças de educação infantil e fundamental I. Travei muitas batalhas comigo mesma para encontrar um caminho que fosse coerente com o que eu pensava sobre o ensino de música para crianças. Deixei muitas certezas de lado...tive muitas angústias...busquei de várias formas "a música" que eu gostaria de ensinar. Não encontrei uma certeza absoluta e nem conquistei definitivamente um caminho. Mas acho que me despojei de "purismos" e de crenças elitistas a respeito da linguagem musical.
Hoje trabalho com projetos e parcerias com outros profissionais da escola. Faço parte de um grupo de estudos sobre educação musical onde buscamos fundamentos para nossas teorias numa busca incessante (e, eu diria, eterna!) de enriquecer nossa formação como educadores musicais.

22:22:00
de Lucia Figueiredo
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sábado, 15 de abril de 2017

Educação Musical ... cultura ou entretenimento?

Com um novo modelo de cultura do entretenimento, fico pensando em como fazer para sobreviver, de uma forma digna, em minha profissão: a educação musical. O imediatismo absurdo de nossa sociedade virtual não compactua com a tarefa de ensinar! Tudo tem que ser rápido, prazer imediato... Ninguém pode esperar nada... ninguém tem paciência para esperar nada! Quando pensamos em educação musical, parece que tudo isso fica um pouco fora desse contexto atual de imediatismo. Mas não é assim! Somos pressionados a nos adequar, como se nossa matéria prima, a música, não fosse feita de outro material, que não cabe nessa pressa toda. Para fazer música é preciso tempo, paciência, observação, dedicação. Ensinar, então, torna-se um verdadeiro ato de coragem! Quando me vejo frente a uma turma de crianças esperando que eu ofereça a elas algo muito interessante, sinto a responsabilidade de buscar algo realmente muito interessante e, para isso, tenho que rever todos os meus conceitos encontrando estratégias para ganhar a atenção dessas crianças para algo que não é virtual, que não é descartável, que não acontece de repente e que exige empenho e dedicação. Nessa realidade onde o lazer é prioridade e onde só somos felizes se fizermos muitas coisas ao mesmo tempo, sem parar para refletir, acabamos sendo engolidos, se nos distrairmos, por um fazer automático, linha de produção, onde o que importa é só o resultado e não o processo. Ora, se como educadores lidamos com o processo, como ficamos nessa história? Somos julgados por aborrecer as crianças com atividades muito difíceis, onde precisem ficar muito tempo concentrados e por não oferecer a eles um tempo de lazer! Mas se o lazer já existe em demasia, temos que poder fazer diferente! Temos que oferecer a oportunidade da reflexão, da conscientização, da apropriação de conhecimentos! Temos que poder educar para ouvir, para respeitar, para participar coletivamente... temos que educar e não apenas proporcionar um prazer imediato, fútil e efêmero! Parece que todos enlouqueceram de vez! Parece que nós também enlouqueceremos... ou perderemos a vontade de continuar ensinando... ou seremos engolidos pelas demandas de uma sociedade doente... ou nos tornaremos recreacionistas musicais com ótimas formações acadêmicas... que não nos servirão para nada!

Tocatta e Fuga: Educação Musical ... cultura ou entretenimento?

Tocatta e Fuga: Educação Musical ... cultura ou entretenimento?

APRESENTAÇÕES MUSICAIS: EXPOSIÇÃO OU COMPARTILHAMENTO?

Quando trabalhamos música com as crianças, sempre pensamos nas famosas e polêmicas apresentações de final de ano. E muitas perguntas surgem por conta disso: o que apresentar... como apresentar... os numerosos ensaios... os tímidos... os especiais... as crianças muito agitadas... apresentações formais ou informais ... vivências ou apresentações .... Enfim, são inúmeras as questões que surgem relacionadas a esse tema. Então pensei em ponderar sobre algumas dessas questões e suas implicações para a escola, os professores, pais e crianças. A apresentação, a princípio, faz parte da educação musical porque a música é um evento social, que envolve aquele que a produz (seja tocando ou cantando) e aquele que a desfruta: o ouvinte. Há quem diga que gosta de cantar ou tocar para si, não fazendo questão de mostrar a ninguém a sua experiência musical. Mas, quando falamos em educação musical, estamos falando de escola, especializada em música ou não. Na escola temos a preocupação com um fazer coletivo, com um fazer compartilhado e não com uma produção individual. Sabemos que é no coletivo que as crianças aprendem, que se desenvolvem, que encontram apoio para as suas dificuldades e que podem também ser solidárias e contribuintes com a dificuldade do outro. Quando pensamos em apresentações musicais, nos vem à cabeça sempre aquela situação muito formal, onde o aluno não pode errar ou esquecer a letra de uma música ou onde tudo tenha que sair perfeitamente, sem nenhuma falha. Isso ainda acontece e tem um peso enorme sobre quem tem que se apresentar. Me lembro de querer, inúmeras vezes, parar de estudar música só para não ter que passar por essa situação. Acabei, inclusive, deixando de tocar piano por conta disso: tudo para não ter que me expor! Quando me tornei professora de música, atuando com crianças, isso ficou sempre muito claro para mim: nunca cobrar de meus alunos essa rigidez! Mas, e as apresentações? Como fazer uma apresentação que seja prazerosa tanto para os alunos quanto para o público? Como olhar para a apresentação como parte do processo de educação musical? Como valorizar os ensaios e torná-los realmente produtivos e não uma repetição maçante e sem sentido? Como escolher uma forma interessante e adequada a cada conteúdo ou estudo que se quer apresentar? Discorrendo sobre cada uma dessas questões: 1) Como fazer uma apresentação que seja prazerosa tanto para os alunos quanto para o público? As posturas dos professores, de música e de sala, fazem toda a diferença para a produção de uma apresentação, garantindo às crianças a tranquilidade e o prazer de poder se apresentar e isso ser muito bom! Isso acontecerá se todos estiverem de acordo com essa apresentação, principalmente as crianças, que deverão ser consultadas a respeito disso. Ainda podemos envolvê-las no convite aos pais, produzindo, junto com elas, esse convite. Podemos, ainda, apresentar para as outras crianças da escola como uma forma de experimentar a emoção de ter um público. 2) Como olhar para a apresentação como parte do processo de educação musical? A apresentação é a finalização de um processo de aprendizagem musical, onde um produto final surge como consequência desse aprendizado. Assim, apresentar é finalizar, é compartilhar algo que aprendemos e que gostaríamos de mostrar a pessoas especiais, que fazem parte de nossa vida, sejam amigos ou familiares. 3) Como valorizar os ensaios e torná-los realmente produtivos e não uma repetição maçante e sem sentido? Durante os ensaios, sempre notamos que existe um certo desconforto por parte de todos da equipe de professores, pela repetição do repertório, da forma como irão se posicionar, da postura para entrar no palco, etc. Os ensaios nada mais são do que a fixação do conhecimento adquirido para que se possa, no momento da apresentação, sentir-se seguro daquilo que se vai mostrar. Se durante os ensaios pensarmos em algumas estratégias que garantam o interesse das crianças, certamente eles ficarão melhores e mais eficientes: convidar outra turma para assistir e dar dicas, filmar e mostrar às crianças para que se avaliem e resolvam o que ainda não está bom, dividir a turma em grupos e um grupo apresentar para o outro... são algumas das muitas ideias que podemos ter para otimizar esses ensaios e envolver as crianças. 4) Como escolher uma forma interessante e adequada a cada conteúdo ou estudo que se quer apresentar? Então muitas opções surgem como forma de se apresentar: contando uma história que ligue o tema às músicas, mostrando brincadeiras cantadas informalmente, cantando e tocando instrumentos musicais mais formalmente, promovendo uma vivência coletiva, com o público que estiver assistindo, filmar e promover uma sessão de vídeo. Cada produto se encaixa melhor em uma dessas escolhas e cabe a nós conseguirmos visualizar o que ficaria melhor em cada caso. Acredito, também, que ao pensar no estudo, precisamos pensar também na finalização que gostaríamos de ter para que esse estudo caminhe nessa direção. Nada impede que se mude de ideia no caminho! Finalizando... Nada é “assim e pronto”! Tudo pode ser diferente sempre! Mas, o que acho que não é produtivo é ficar reclamando do que se está fazendo, achando que está chato e julgando as dificuldades como um empecilho para continuar... ou exigindo das crianças algo que elas não podem dar naquele momento. Cabe ao professor especialista conhecer a faixa etária e conhecer o grupo com o qual está trabalhando, suas dificuldades, suas especificidades e suas competências para que possa adequar, tanto o estudo quanto a sua finalização, da melhor forma. Quanto aos primeiros questionamentos desse texto: alunos agitados, alunos especiais, alunos tímidos... O que tenho a dizer é: vamos aprendendo a lidar com isso conforme as coisas vão acontecendo. Os tímidos precisarão de um apoio maior e, talvez, uma parceria com outro colega que possa ajudá-lo a se soltar e a não se sentir tão exposto; os especiais são mesmo especiais e precisamos olhar para cada um de forma diferenciada e decidir, no decorrer das aulas, como resolver cada situação ;as crianças agitadas ... ah! com esses temos que ter paciência e dedicação, tentando sempre mostrar que fazer música é muito bom, que se apresentar é muito gostoso e que, se fizerem o melhor que conseguem, estará tudo bem!

Tocatta e Fuga: APRESENTAÇÕES MUSICAIS: EXPOSIÇÃO OU COMPARTILHAMENTO?

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