A pandemia nos pegou mesmo de calças curtas! Ano passado, as aulas de música aconteciam por vídeo e, aos poucos, fomos trocando os vídeos por aulas online. O desafio foi grande quando me deparei com várias questões relacionadas às plataformas que dificultavam o trabalho musical. Cantar em uníssono, tocar juntos.... nada disso era possível diante do delay existente nas plataformas. Sem contar com dificuldades na conexão, atrasos na execução de vídeos, entre outros problemas que não vou tratar aqui. Enfim, estava diante de um desafio imensurável!
Meus alunos dos 3os. anos estudaram um pouco sobre Luiz Gonzaga e o baião. Usamos materiais diversos na falta de instrumentos musicais como baldes, colheres de pau, copos plásticos, potes plásticos, latas... enfim, improvisamos bastante! E foi aí que resolvi construir com as crianças um pot pourri de baião, escolhendo 3 músicas (Asa Branca, Baião e Mulé Rendêra) para compor esse arranjo. Depois de apreciadas as canções, apreciamos também vídeos sobre as rendeiras do nordeste e seu trabalho como artesãs, definimos as partes das músicas que iríamos usar em nosso pot pourri. O arranjo não foi oferecido pronto, mas sim como uma construção que elaboramos juntos, assistindo vídeos, conhecendo instrumentos típicos do baião (zabumba, triângulo, sanfona, agogô) tocados por músicos em vídeos do youtube. Aprendemos alguns ritmos básicos para a zabumba e o agogô, exploramos sons do corpo, sons dos materiais escolhidos e partimos para a produção de nossa música. Com um balde e duas colheres de pau, sendo uma delas customizada com algodão e tecido para criar uma baqueta diferente, fizemos a base do ritmo do baião. Assim também fizemos com o ritmo no agogô, representado por dois copos plásticos, tocados no mesmo ritmo da zabumba e montamos, aos poucos, o nosso pot pourri. O registro foi muito importante nessa construção coletiva, para a compreensão e memorização do texto e do ritmo. Propus, então, que registrássemos esse ritmo usando sílabas (cada um escolheu duas) e, depois, optamos pelas sílabas TA e TUM, de forma coletiva. Assim, cada um pôde experimentar o seu próprio registro e compartilhamos as descobertas e criações, validando e combinando uma única forma para que todos pudessem "ler" e executar. O solo do piano seria executado pelos xilofones mas, virtualmente, isso não foi possível... então foi executado por mim. Ficou assim:
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